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Brincar é usado para socializar crianças e adolescentes carentes em Campo Grande

Ações alcançam cerca de 200 crianças e adolescentes com brincadeiras tradicionais

Crianças e adolescentes carentes da região sul de Campo Grande atendidas pelo CICA (Centro de Integração da Criança e Adolescente) passaram a se relacionar de outra forma depois que a educadora Sandra Pereira começou a usar a brincadeira como ferramenta de aprendizado e socialização. O projeto “É tempo de Brincar”, desenvolvido por Sandra, resgata brincadeiras tradicionais para ajudar na socialização das crianças e adolescentes atendidos pela ONG.

“A nossa maior dificuldade é a socialização dos adolescentes com os pequenos. Quando eu fiz as oficinas do Memórias do Futuro percebi que o que faltava na nossa instituição era o brincar”, explica a educadora. O projeto “É tempo de brincar” faz parte das ações desenvolvidas por educadores que participaram de oficinas de formação sobre cultura da infância, brincadeiras, audiovisual e ferramentas de TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) na educação.

Sandra inseriu brincadeiras tradicionais no cotidiano das crianças e adolescentes durante os intervalos das aulas. Jogos como “corre cotia” e “corrida pô” são usados para aumentar o contato entre as crianças e adolescentes. Apesar de ainda encontrar dificuldades para fazer os mais velhos interagirem nas brincadeiras.

Os eventos são outra forma de ajudar na socialização. Essas ações são pautadas na brincadeira como facilitador da compreensão de temas sociais. “No meio das brincadeiras eles estão aprendendo uma série de outras coisas”, define a educadora. Neste ano, a temática foi violência sexual contra crianças e adolescentes, e as atividades envolveram palestras, jograis e brincadeiras para sensibilizar crianças, adolescentes e adultos.

Ela explicou que necessidade de cumprir diversas tarefas em casa dificulta o contato da criança com as brincadeiras da época de seus pais. “Pela rotina de atividades, os pais acabam sem tempo para os filhos”,  alega. “Nos encontros de pais, as crianças brincam com sua família.  Elas trazem de casa a brincadeira dos avós”, relata a educadora que vê nesse tipo de ação uma forma das crianças conhecerem a memória dos mais velhos e melhorar o contato com a família.

Segundo Sandra, as ações desenvolvidas com as 200 crianças atendidas pelo CICA já geram resultados no convívio familiar. “Eu vejo que as crianças começaram a brincar mais em casa, com os pais. Os pais começaram a encontrar tempo pro filho depois dos seus afazeres”, declarou.

Outras iniciativas


Educadores que participaram das oficinas do Memórias do Futuro vem desenvolvendo uma série de outros projetos que também inserem o brincar no cotidiano de instituições de ensino. Como por exemplo a educadora Valdenira Gomes que quer transformar as escolas em lugares de brincar. No campo da ciências, o projeto “Caça aos tesouros do conhecimento” usará brincadeiras para aproximar crianças da ciência. O Pantanal sul-mato-grossense recebe ações de intercâmbio das brincadeiras tradicionais e formação audiovisual na Escola Jatobazinho. Em Campo Grande, a professora Consuele Foro, usabrincadeiras e audiovisual para transformar aulas de educação física. Todas essas ações vão compor um portfólio online com as metodologias de trabalho de cada projeto que poderá ser usado por educadores de diversas regiões.


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