Na última semana, São Paulo recebeu contadores de histórias de vários lugares do mundo no Festival Internacional Boca do Céu, um dos mais prestigiados da área. O Festival aborda a narrativa oral e suas várias possibilidades em eixos temáticos que vão desde a relação com a cultura ao processo de formação de educadores.
O Memórias do Futuro e o Espaço Imaginário foram convidados a participar do Boca do Céu em um dos eixos mais importantes do festival, o Contador de Histórias na Escola - núcleo de ações dirigidas a educadores e crianças de instituições de ensino, que trata do processo de aprendizagem da arte narrativa.
Segundo Alexandre Basso, diretor do Espaço Imaginário e Coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do Memórias do Futuro, eles foram convidados a falar sobre a experiência com o Memórias do Futuro - que pesquisou a infância em Mato Grosso do sul - e com a trajetória do Espaço Imaginário como centro de cultura da infância e educação.
“Fizemos um resumo da trajetória do Espaço e falamos de como o Memorias conta historias. Um exemplo que levamos foi a do Seu Agripino (meste em cururu e siriri) ligado a tradiçao oral. Além de apresentarmos os conteúdos pesquisados ao longo do projeto, como funciona a pesquisa com os adolescentes e o portal, que disponibiliza todo o material aos educadores”, explica Alexandre.
Seu Agripino foi um dos personagens registrados pelos pesquisadore brincantes de Corumbá. Ele ensina crianças da cidade a tocarem viola de cocho além de ser mestre em Siriri e Cururu. Lilian Maira, uma das brincantes que viajou o estado divulgando as produções do Memórias, preparou uma apresentação musical com uma música de Mestre Agripino. A canção fez tanto sucesso que a organização do Boca do Céu pediu que essa música fizesse parte da abertura da programação do festival na mesma noite.
Tradição e tecnologia unidas em aparelhos celulares
O Memórias do Futuro tem papel importante na educação por meio de narrativas principalmente porque alia tecnologia e tradição. Usando um pequeno celular, adolescente documentaram a infância e as histórias que ela traz. Assim, reverberaram histórias até lugares que jamais poderiam chegar graças a internet.
Alexandre Basso acredita que essa é uma prova de como a tecnologia pode ser usada como alidada e não vilã.
“A tecnologia só vem a colaborar, cada um tem um método de reunir e se apresentar ao público. Muitos usam a tecnologia para registrar e pesquisar em campo. O formato do Memórias colabora para a difusão desses conteúdos para outros públicos”, conclui.
Fonte: Everson Tavares