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Mais de 40% das crianças entre 10 e 14 anos já têm aparelhos celulares, aponta pesquisa

Vilão ou herói? O crescimento é irreversível mas será que existe outra forma de usar o aparelho?

O Memórias do Futuro uniu no mesmo ambiente várias culturas. A boliviana Angela Sumami foi uma das jovens que aprenderam a filmar com Alexandre Basso e a equipe do Memórias do Futuro (Foto: Elis Regina)
O Memórias do Futuro uniu no mesmo ambiente várias culturas. A boliviana Angela Sumami foi uma das jovens que aprenderam a filmar com Alexandre Basso e a equipe do Memórias do Futuro (Foto: Elis Regina)

Everson Tavares

O número de usuários de telefonia móvel tem crescido no Brasil, e agora encontrou um novo público. No país, 7,2 milhões de crianças e pré-adolescentes entre 10 e 14 anos já possuíam telefones celulares em 2011. Esse número corresponde a 41,9% do público nessa faixa etária e representa um aumento de 2,1 milhões a mais do que o observado em 2009, quando essa fatia correspondia a 29,3%, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE.


Apesar de serem vistos como vilões e até proíbidos em todas as escolas do Estado de Mato Grosso do Sul pela  Lei nº 4.112, de 17 de novembro de 2011, eles reservam um grande potencial, não só de comunicacão, como de aprendizado.

É isso que defendem as professoras Solange Monteiro e Tereza Teixeira, estudiosas do assunto. Em 2007, durante o IV Seminário Internacional As Redes de conhecimentos e a tecnologia, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, elas apresentaram um artigo mostrando a relação dos celulares nas classes de alfabetização.

Entre as ideias das professoras, está a capacidade potencial do celular. Em seu artigo, declaram: “parece que o celular na sala de aula está a comunicar muito mais do que as ondas sonoras emitidas pelo aparelho”.  Um destaque é a capacidade de interdisciplinaridade dos aparelhos. Segundo as professoras, os tema tem “possibilidades de ligação entre ética, conhecimento, ludicidade no uso das novas tecnologias como alternativa de inclusão digital”.

Teoria na prática

O Memórias do Futuro - olhares da infância brasileira - é uma prova do potencial dos celulares. Em nove meses, o projeto capacitou em técnica audiovisual e cultura da criança vinte jovens de comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas e de pontos de cultura de Campo Grande, Corumbá e Amambai.

Durante o projeto, esses jovens usaram celulares de alta definição para documentarem a infância em suas comunidades. O resultado já virou mais de 70 vídeos disponíveis no portal www.memoriasdofuturo.com.br. A ideia é que pais e educadores possam usar esses conteúdos para ensinar as brincadeiras típicas e a cultura do Mato Grosso do Sul, tornando o celular um aliado da educação e da memória.



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